A modalidade Liso da Regra Brasileira 1 Toque de longe é a que menos se parece com o futebol. Para o jogo de botão ser parecido com o futebol todos os botões teriam que se mover ao mesmo tempo, impossível. O que tem de comum em todas as regras é que cada jogador/técnico/botonista tem a sua vez de jogar, tem uma ordem a coisa. Toque-toque, 12 toques, 3 toques, dadinho, 1 toque, todos tem sua vez de jogar e todas essas regras remetem e tentam simular o futebol de campo.
A modalidade Liso o botão fica sem freio e ocorrem bizarrices que não simulam em nada o futebol de campo. Os exemplos são inúmeros. Imaginemos os fatos narrados abaixo ocorrendo no futebol de campo. O jogador cobra o arremesso lateral, atravessa desesperadamente o campo e se joga no fosso. Ao cobrar um tiro de meta sai correndo sai pela linha lateral e, novamente, se joga no fosso. Está na área adversária, atravessa o campo enlouquecidamente e se choca com o seu próprio goleiro ou a trave para poder ficar na defesa.
Gente, quando abro a minha caixa de botões e a luz entra, meus botões lisos esticam o pescoço, viramos olhos e tentam avistar um fosso. Os vizinhos cavados fazem bulling com os coitados fissurados em fosso.
No mais estou gostando de jogar liso, de aprender novas estratégias. É um jogo diferente onde novas habilidades são desenvolvidas. Só fico em dúvida se é jogo de botão ou hockey no gelo.
Palpitão do HL.
Não opino sobre o liso por desconhecimento de causa. Para o Cavado sim.
No Cizsul “A”
Pelo andar da carruagem e na ordem chegam entre os 8, Sandro, Anderson, Gerson, Vinícius, Padilha, Mário, Zé Francisco e na última vaga Rodiney ou França.
No Cizsul “B”
Pelo andar da carruagem e na ordem chegam entre os 8, eu, Carlos Tranqueira, Obereci, Gustavo, Mário Sc., Pellin, Perroni e Nelsinho. Dr. Ricardo volta de viagem com a mão tremula e não se classifica.
No Passe
Os 5 por ordem no grupo “A” são: Sandro, Mário, Gerson, Ênio e Vinicius.
Os 5 por ordem no grupo “B” são: Carlos Tranqueira, Rodiney, Zé Francisco, Max e França.
Mais prognósticos, aguarde os playoffs.
Desde muito cedo procuramos por amizades, pessoas parecidas conosco, de modo comportamental, psicológico, financeiro, assim vamos selecionando as pessoas como amigos, conhecidos, estranhos entre outras denominações.
No mundo real podemos escolher as pessoas que queremos conviver. No mundo botonístico não é bem assim. Não rara às vezes, no mundo botonístico, convivemos com pessoas completamente diferentes de nós, de educação, classe social, profissão, criação, idade, ou seja, completamente diferente de nós. Um grupo muito heterogênio, capaz de uma palavra dada por um ser bem recebida e por outro ser considerada um desaforo bárbaro. Temos a tendência de achar que as outras pessoas pensam do modo que pensamos, mas se todos são diferentes é obvio que não pensam de forma igual.
Para sobreviver em um grupo heterogênio devemos começar com calma, conhecer cada um do grupo, descobrir com quem podemos brincar e com quem não podemos brincar.
A parte boa de um grupo heterogênio é a descoberta do novo, do pensamento diferente e, consequentemente, de pessoas diferentes.
Tenho por hábito frequentar sempre os mesmos lugares e pergunto: Se eu não jogasse botão, onde faria amizade com um bancário, um programador, um aeronauta, um comunista, um médico e um artesão?
Quando aprendemos quando crianças, é fácil observar a demora em dominar o jogo. Em nossa época, não havia esse universo de brinquedos que hoje existem. Era futebol e bicicleta na rua e jogo de botão em casa. O fato de todos os amigos jogarem botão e ficarem muito tempo envolvidos com isto, faz com que o ser humano desenvolva habilidades e conhecimentos inerentes de quem joga botão. Persistência, não há como jogar botão sem persistência. Medir os prós e contras é saber o momento de arriscar e se vale a pena. Aprendi sobre ângulos quando eu fabricava meus botões melhor do que na escola. Análise combinatória quando montava tabelas de todos contra todos. Excel quando catalogava o resultado dos meus jogos. Sociabilidade porque conheci um grupo muito heterogêneo. Além de mil outras coisas que não me lembro, mas estas já são argumentos suficientes para convencer a mãe de seus filhos, netos , sobrinhos a deixarem as suas crianças lhe acompanhar para um jogo de botão.
A criança se desenvolve, o esporte ganha mais um adepto e você mais um motivo para jogar botão. Como é bom jogar botão.
Quanto iniciamos no jogo de botão quase todas as histórias são iguais, o mesmo fenômeno se repete. Aprendemos a jogar com parentes, com amigos e sempre na infância. Não conheço quem deu suas primeiras fichadas após dos 30 anos de idade.
Não raro me deparo com alguém que diz: "Eu era campeão quando era pequeno", nunca ouvi alguém dizer que era vice-campeão quando era pequeno. Uma geração de campeões.
As diferenças entre Jogador de Botão e o Técnico de Futebol de Mesa se dão basicamente na estratégia de jogo. O primeiro sabe chutar, cobrir, sabe as regras, porém só vê o seu time na mesa e falha na estratégia. O segundo é um estrategista que mistura jogo de xadrez prevendo a jogada do adversário e tem a pontaria e precisão de um esgrimista.
O Mestre Pedde, grande entusiasta do futebol de mesa, relatava bem o que escrevo, dizia ele para todos: "Aqui o cara chega Jogador de Botão e sai Técnico de Futebol de Mesa.
Essa primeira coluna que escrevo e como tal não poderia deixar que mencionar uma das pessoas que mais aprendi sobre o que é ser um botonista. Obrigado Pedde.